PARA VOCÊ

Seguro de Veiculos

Carro

O pulo do gato para decolar?

Caminho
Foto: Maren Höfs

Você vê um livro na prateleira com o nome Inovação e Espírito Empreendedor, o design leve e moderninho nos faz lembrar de frequentes cenas na mídia: novos milionários, jovens empreendedores com negócios de alta tecnologia que mudam o mundo e revolucionam as relações.

O livro então, é um lançamento que fala do novo mundo da alta tecnologia? Errado. A primeira edição escrita pelo papa da Administração Peter Drucker é de 1986 e investiga, na verdade, como surgiu, como desenvolveu e onde chegaram esses novos formatos de norte do mundo empresarial.

Gostaríamos de pegar um trecho no início do livro que descreve como estava o mercado americano no final dos anos 70 e meados dos 80. Semelhante ao cenário que temos no Brasil, no que diz respeito a crescimento zero e “desindustrialização”, as grandes corporações estavam demitindo em números crescentes, numa derrocada do emprego. O déficit criado por centenas de milhares de vagas deveria ser suprido por outro vetor de crescimento.

Onde está a solução?

Todos os holofotes estavam sobre o lado ensolarado do país, notadamente em empresas de alta tecnologia. Porém, o que se viu nos anos seguintes em que os Estados Unidos recuperaram o crescimento foi um fenômeno bem curioso. Distante das listas da Forbes, longe do calor das jovens e geniais empresas hi-tec, houve sim uma solução baseada em tecnologia.

Estava clara a mudança do paradigma de tecnologia: o pensamento mecânico e industrial há muito dera lugar à inteligência, ao tratamento a informação. Porém a revolução dos primeiros anos da década de 80 se realizou em um imenso número de organizações que saíram de singelas proporções para grandes players do mercado em seus segmentos, aqueles pouco “celebrados”: limpeza, contabilidade, móveis customizados, franquia de tratamento dentário, entre outros.

O pulo do gato

“(…) o veículo dessa profunda mudança em atitudes, valores e (…) comportamento é uma ‘tecnologia’. (…) se chama ‘Administração’. O que viabilizou o aparecimento da economia empreendedora (…) são as novas aplicações  da Administração (…) a pequenos, novos, não comerciais, atividades não consideradas ’empresas’ e à inovação sistemática.”

A nova tecnologia empregada foi simplesmente Administração, Gestão de alto desempenho. Em época anterior, a Administração nem era considerada um corpo organizado de conhecimento. O pulo do gato para os norte-americanos no início dos anos 80? Simplesmente aplicar toda a inteligência de gestão experimentada em grandes corporações em nível de excelência, de forma sistematizada em todas as organizações do país.  

Não podemos comparar de forma simplista o cenário de época, nem os formatos de relação que temos nos dois países. A intenção desse texto é muito mais de retirar uma inspiração dessa mudança de paradigma que alterou completamente a realidade de muitas empresas naquela década.

E o pulo do Brasil?

Neste momento, no Brasil, estamos vendo grandes players fechando milhares de postos de trabalho, a economia estagnada, especialmente nos setores da indústria e construção civil, uma parte por conta de paralisações vindas de escândalos de corrupção. Quase toda semana temos novos capítulos na mídia.

Por todos os lados gestores com aquela fumacinha pairando a cabeça, pensando como driblar tamanho imbróglio. Já falamos em outros textos sobre lições aprendidas. Temos, entretanto, alguns fatos bem curiosos no Brasil que vão na contramão de tanta preocupação.

A abertura de empresas de 2015, especialmente as micro e pequenas, superou o ano anterior em 11% e elas são responsáveis pela maioria das pessoas trabalhando no país. Não podemos esquecer, tampouco, que todas as organizações que não fecharam as portas e tem sido, verdadeiramente o motor do país, estão se desdobrando e sobrevivendo a essa fase.

Que nos inspiremos na mudança de paradigma tomada pelos norte-americanos àquela época. Nossa melhor solução é buscar a excelência em administração de cima abaixo nas nossas empresas. Com todos os novos fatores que temos que lidar, como horários mais flexíveis e um patrimônio humano que pode acrescentar muito mais nos nossos processos. Sendo mais responsáveis pelos nossos processos, educando, desenvolvendo, construindo e firmando parcerias. Fazendo o jogo de forma justa, com impacto positivo no mercado, como a excelência em Administração pede.

Qual é sua opinião? Discorda? Concorda? Algo a acrescentar? Converse com a gente!